Club de Regatas Vasco da Gama
Enviado: 15 Jun 2014 19:53
Fundação do clube 1898
No dia 21 de agosto de 1898, sessenta e dois rapazes, em sua maioria portugueses, reuniram-se em uma sala da Sociedade Dramática Filhos de Talma, no bairro da Saúde, decididos a criar uma associação dedicada à prática do remo. Inspirados nas celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias, os rapazes batizaram a nova agremiação com o nome do heróico português que alcançara tal feito. Nascia, assim, a grandiosa trajetória do Club de Regatas Vasco da Gama.
Primeira Vitória Esportiva 1899
Filiado à União de Regatas, o Vasco estreou em competições oficiais no dia 4 de junho de 1899, na enseada de Botafogo. Apresentando-se com uniforme negro, com faixa diagonal branca e a cruz-de-malta no centro, os remadores vascaínos conseguiram a primeira vitória do clube em uma competição esportiva. Foi justamente no 1º páreo, na categoria júnior, com a baleeira “Volúvel”, conduzida a seis remos.
1º Presidente não branco: Cândido José de Araujo 1904
Em 1904, o Vasco inaugurava sua trajetória de pioneirismo. Pela primeira vez na História dos clubes esportivos do Brasil, um não-branco é eleito presidente. Após as eleições, os vascaínos tiveram a honra, em uma época em que o racismo era prática comum no esporte, de conduzir o mulato Cândido José de Araújo ao degrau mais alto do clube. Candinho, como era carinhosamente chamado, presidiu o Vasco, em seu primeiro mandato, de agosto de 1904 a agosto de 1905. Reeleito, permaneceu no cargo até agosto de 1906. Foi durante seu mandato que o clube conquistou o primeiro campeonato de remo de sua história.
Primeira Conquista do Campeonato de Remo do Rio de Janeiro 1905
Na regata de 24 de setembro de 1905, quando foi inaugurado o Pavilhão da Enseada de Botafogo, construído pela Prefeitura do então Distrito Federal, o Vasco conquistou o seu primeiro campeonato de remo do Rio de Janeiro. O Pavilhão era uma elegante estrutura de ferro, com arquibancadas, tribuna de honra, buffet e dois coretos para bandas de música. Foi um domingo de gala, que contou com a presença de Rodrigues Alves, então presidente da República, e de altos oficiais da Armada Portuguesa, principalmente os da “Canhoneira Pátria”. Diante de platéia tão ilustre, as equipes do Vasco triunfaram em cinco páreos, incluindo os dois mais importantes: o do Campeonato do Rio de Janeiro, com o yole a oito remos “Procelária”, e o dedicado ao benemérito Prefeito Francisco Pereira Passos. No ano seguinte, na regata de 26 de agosto de 1906, o Vasco conquistaria o bicampeonato carioca de remo.
Fundação de clubes de futebol pela colônia portuguesa no Rio 1913
Em 1913, um combinado de clubes de futebol de Lisboa excursionou no Rio, a convite do Botafogo F.C.. A presença da primeira equipe lusitana na cidade despertou o interesse da colônia portuguesa, até então alheia ao futebol. Com isso, outros clubes foram fundados, como o Luzitânia F.C., o Centro Português de Desportos, o Luso S.C. e, mais tarde, de uma cisão no Luzitânia, o Luzitano S.C..
Criação do departamento de futebol 1915
Após remadas de sucesso, o Vasco, por sua grandeza, sentiu necessidade de cravar a bandeira cruzmaltina em outras modalidades esportivas. Por conta desse desejo de expansão, surgiu, então, o interesse em formar um time de futebol. No dia 26 de novembro de 1915, os vascaínos resolveram se fundir ao Luzitânia SC, clube dedicado ao futebol e que, até então, somente admitia portugueses em seus quadros. Após a fusão, o Vasco da Gama filiou-se à Liga Metropolitana para participar da temporada de 1916. Ao dar os seus primeiros passos na Terceira Divisão, o Vasco começava a construir a História de um dos clubes mais importantes do futebol brasileiro. Porém, a estréia nos campos não foi das mais animadoras, com derrota de 10 a 1 para Paladino FC, em 3 de maio de 1916. Adão Antônio Brandão foi o autor do nosso primeiro gol.
Estréia oficial do futebol na 3ª divisão 1916
No dia 29 de outubro de 1916, o Vasco da Gama obteve a sua primeira vitória no futebol. O Gigante da Colina ganhou o River por 2 a 1, no campo do São Cristóvão, pela Terceira Divisão da Liga Metropolitana. Candido Almeida e Alberto Costa Júnior foram os autores dos gols vascaínos.
Primeiro título no futebol
Em 1922, o Vasco, já na Série B da primeira divisão da Liga Metropolitana, sagrou-se campeão e conquistou o direito de disputar a promoção à Série A numa partida extra contra o último colocado da Série A, o São Cristóvão. O resultado de 0 a 0 garantiu ao Vasco a participação na elite do futebol carioca no ano seguinte.
Os camisas negras - 1923
O lugar que o Vasco da Gama ocupa na elite do futebol brasileiro tem a marca gloriosa do time conhecido como os camisas negras que, em 1923, com uma campanha arrasadora (11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota), conquistou o primeiro titulo de campeão carioca de sua História. Com o uniforme preto – ainda sem a faixa diagonal – de gola branca e com uma cruz vermelha, semelhante à da Ordem de Cristo, no lado esquerdo do peito, Nélson, Leitão e Mingote; Nicolino, Claudionor e Artur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito foram os 11 vascaínos abusados, alguns deles negros e mulatos, que quebraram definitivamente a hegemonia de América, Fluminense, Botafogo e Flamengo, clubes nos quais atuavam somente jogadores brancos. Esses pioneiros deixaram claro, com a conquista do Carioca daquele ano, que o Vasco chegava não apenas para se transformar em um dos gigantes do esporte nacional, mas, sobretudo, para romper preconceitos e ajudar o futebol a ganhar dimensão nacional. Até a ascensão do Vasco havia, no Rio, uma linha divisória que separava os grandes clubes da Zona Sul – Fluminense, Botafogo e Flamengo – das pequenas agremiações que se espalhavam pelos subúrbios da cidade. O máximo que os grandes permitiam à Zona Norte, até aquele momento, era ter o América em seu convívio, como o representante da elite tijucana. As grandes partidas se realizavam no ambiente refinado, de maneirismos ingleses, estádio do Fluminense Football Club, em Laranjeiras, diante de platéias que exibiam chapéus, bengalas e vestidos longos.
Mas, no outro lado da cidade, nos campos suburbanos, o Vasco iniciava sua arrancada. Em apenas seis anos os vascaínos deixaram os degraus inferiores e chegaram à Primeira Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), prontos para disputar e ganhar o campeonato de 1923. A explicação desse rápido sucesso estava nos negros, mulatos e brancos, pobres e bons de bola, que o Vasco havia recrutado nos campos de subúrbio, numa época em que o futebol era oficialmente amador. Para mantê-los no time, comerciantes portugueses os registraram como empregados em seus estabelecimentos. Era a maneira de burlar a exigência do amadorismo, que estava com os dias contados. Registros comprovam que o pagamento a jogadores já era prática corrente em 1915. Junto com as vitórias sobre os pequenos e os representantes da elite (Fluminense, Flamengo, Botafogo e América, vencidos em série) surgiu o apelido de camisas negras, dado pela imprensa àquele time da Zona Norte, que ia adquirindo fama de imbatível. A equipe tinha como técnico o uruguaio Ramón Platero, que chegara ao Rio com a novidade da preparação física. Na campanha irresistível dos camisas negras, o 8 de julho de 1923 viria a se tornar uma data histórica. Nesse dia, o Vasco entrou no campo de Laranjeiras para enfrentar o Flamengo, na terceira rodada do returno. Derrotados anteriormente pelos vascaínos, Fluminense, Botafogo e América uniram suas torcidas à flamenguista. Todos contra um, era a hora da revanche. A partida foi disputadíssima. O Flamengo vencia por 3 a 2, quando nos minutos finais o ponta-direita Paschoal marcou o que seria o gol de empate. Mas o juiz Carlito Rocha, que mais tarde seria presidente do Botafogo, anulou o gol, que para muitos foi legítimo. A derrota não impediu que o Vasco levasse a taça de campeão, com vitória de 3 a 2 sobre o São Cristóvão, depois de estar perdendo por dois gols. Como era de hábito no time comandado por Ramón Platero, a virada aconteceu no segundo tempo. O medo de que os camisas negras repetissem a façanha no ano seguinte levou os grandes clubes a abandonar a Liga Metropolitana, em 1924. Fluminense, Botafogo e Flamengo, com apoio do Bangu e do São Cristóvão, criaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Os estatutos da entidade continham cláusulas absurdas, nas quais ficava evidente a falsa nobreza do alegado espírito amador. O impedimento à inscrição de jogadores sem profissão definida e analfabetos tinha como alvo a vitoriosa equipe do Vasco, que reunia negros e pobres. Assim como o veto ao ingresso na AMEA de clubes que não tivessem estádios.
A resposta histórica - 1924
Enquanto na política o país era liderado pelo presidente Arthur Bernardes, no futebol a equipe vascaína vencia quase todas as partidas que disputava e também as competições. Depois de atropelar os adversários no ano anterior, em 1924 o Vasco já era o inimigo número 1 das demais torcidas cariocas. Um rival a ser batido, de qualquer maneira. E já que era difícil batê-lo em campo, os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as atividades profissionais e sociais dos camisas negras, uma vez que o futebol ainda era amador e os jogadores não podiam receber salário por praticarem o esporte. Um verdadeiro golpe para tirar o Vasco das disputas.
Na verdade, o que não agradava os adversários era a origem daqueles jogadores: um time formado por negros, mulatos e operários, arrebanhados nas áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro.
Depois de esgotadas todas as possibilidades de retirar o Vasco da disputa, por intermédio do regulamento da Liga Metropolitana, os adversários apelaram para a criação de uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (AMEA) e recusaram a inscrição dos vascaínos. Segundo os dirigentes adversários, o time cruzmaltino era formado por atletas de profissão duvidosa e o clube não contava com um estádio em boas condições.
Nesse contexto, a AMEA solicitou ao Vasco que excluísse doze de seus jogadores da competição que, não por coincidência, eram todos negros e operários. O Club de Regatas Vasco da Gama recusou a proposta prontamente. E através de uma carta histórica de José Augusto Prestes, então presidente cruzmaltino, o Gigante da Colina mostrou sua total indignação à discriminação racial: "Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923 (...) Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da AMEA". Vítima do racismo de seus adversários, restou ao Vasco disputar, com outros times de menor expressão, o campeonato da abandonada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres.
Nesse dia histórico, o futebol brasileiro começou a ser do povo. Começou a forjar a tolerância, traço fundamental da cultura brasileira, que possibilitou a diversidade e a riqueza racial e cultural que vivenciamos hoje. No ano de 1923 começou a ser possível conhecermos Pelé, Garrincha, Didi, Barbosa, Romário e tantos e tantos outros talentos inigualáveis do nosso esporte. E o Vasco deu o seu mais importante passo para ser o gigante no qual ele se tornou.
O ingresso do Vasco na AMEA foi aprovado em tempo para o campeonato de 1925, com os mesmos direitos que os clubes fundadores. Os “camisas negras” obtiveram a terceira colocação na volta ao convívio com os principais clubes do Rio de Janeiro, em 1925, e conquistaram o vice-campeonato no ano seguinte.
Inauguração de São Januário, o maior estádio da América do Sul - 1927
Inaugurado no dia 21 de abril de 1927, sua construção foi a resposta que os grandes clubes da época receberam, ao tentarem barrar a ascensão do time de negros e brancos pobres que, com o campeonato de 1923, havia conquistado o direito de figurar na elite do futebol carioca. A alegação de que o Vasco não tinha campo para receber seus adversários se desfez, quando o presidente Washington Luiz e sua comitiva viram-se diante do então maior estádio da América do Sul. Os vascaínos tinham se mobilizado em memorável campanha para arrecadar contribuições que possibilitaram erguer, em menos de 12 meses, um colosso. O estádio recebeu o nome oficial de Vasco da Gama, logo substituído por São Januário, devido à proximidade do estádio com a rua de mesmo nome.
Torcedores do Vasco tiveram papel fundamental na construção da casa de todos os vascaínos, uma vez que a aquisição da área onde foi construído São Januário foi possível graças a doação de torcedores e sócios apaixonados.
Esse grande marco teve como festa de inauguração um belo amistosos entre Vasco e Santos. O time vascaíno saiu derrotado por 5 a 3, o que pouco importava, já que o placar final foi apenas coadjuvante do espetáculo. O fundamental era que o maior e melhor estádio do Brasil, até 1940, havia nascido para o futebol. Além das grandes comemorações das principais conquistas do clube, São Januário foi foi palco de grandes festas cívicas. Também foi da tribuna do estádio que o presidente Getulio Vargas assinou, em 1943, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
O Vasco é o 1º Campeão Sul-americano - 1948
No dia 14 de março de 1948, o torcedor vascaíno pode dizer: no futebol brasileiro, não há nada que se compare ao Vasco. Nem time de clube nem time de Seleção. Porque neste dia o Vasco realizava um feito inédito: o incrível Expresso da Vitória trazia de Santiago do Chile o primeiro título internacional conquistado pelo futebol brasileiro no exterior. A equipe que contava com Augusto, Barbosa, Rafagnelli, Danilo, Jorge, Eli, Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico, era quase que imbatível. O Vasco tornava-se campeão dos campeões sul-americanos, competição que, anos mais tarde, seria chamada de Taça Libertadores de América. E isso seria pouco, se o principal adversário não fosse o River Plate - o time argentino que o mundo chamava de La Máquina. Um time que era considerado imbatível, porque tinha um ataque de gênios – formado por Alfredo Di Stéfano, Labruna e Lostau. Ao som do hino nacional brasileiro, o presidente chileno Gonzalez Videla entregou o caneco aos vascaínos, sob os aplausos do público que lotara o Estádio Nacional de Santiago. Os chilenos, que de início haviam torcido para o River, reconheceram a superioridade do Expresso da Vitória.
Expresso da Vitória - Campeão Carioca e recorde de gols - 1949
Em 1949, o Vasco seria mais uma vez campeão invicto, com outra campanha impecável e arrasadora. O Expresso da Vitória marcou 84 gols em 20 jogos, um recorde do campeonato carioca que perdura até os dias de hoje. Dono de campanha tão invejável, o Vasco seria mais uma vez campeão invicto.
O Vasco é base da Seleção Brasileira na Copa do Mundo - 1950
A base convocada para representar o Brasil na Copa do Mundo era do poderoso "Expresso da Vitória". O goleiro Barbosa, o zagueiro Augusto, os médios Eli e Danilo, além dos eficientes atacantes, Alfredo II, Maneca, Ademir e Chico, formavam a base do grupo dirigido por Flavio Costa, também técnico do Vasco. Para afirmar ainda mais a marca do Gigante da Colina na seleção, até o massagista Mário Américo pertencia ao clube. Ao final do torneio, em que o Brasil conquistou a segunda posição, o cruzmaltino Ademir Menezes sagrou-se artilheiro da Copa, com nove gols.
Nessa mesma época, logo após o encerramento da Copa do Mundo, o Campeonato Carioca se iniciou. O Vasco ganhou a competição, sagrando-se, assim, bicampeão carioca. E mais uma vez fez História, ao ser o primeiro campeão carioca da Era Maracanã, maior estádio do mundo à época. A partida contra o América teve público de 121.765 presentes ao Maracanã, então recorde em jogos regionais. Logo aos 4 minutos iniciais, as arquibancadas vibraram com o gol de Ademir Menezes, que encobriu, com uma virada, o goleiro Osni, irmão do zagueiro Eli, do Vasco. Mas o primeiro tempo terminou empatado, com gol marcado pelo americano Maneco. No segundo tempo, Ademir partiu do meio-campo, em uma das suas célebres arrancadas, chegou cara a cara com Osni. Gol da vitória. O estádio, em peso, homenageou o artilheiro cantando a paródia – criada ali mesmo pela torcida do Vasco – de uma marchinha carnavalesca que fazia sucesso, na época:
“Oi zum, zum, zum, zum, zum, zum! Vasco dois a um. Ademir pegou a bola e desapareceu. Foi mais um campeonato que o Vasco venceu.”
O título de primeiro campeão do Maracanã acrescentou mais um motivo à alegria de ser vascaíno, deixando uma marca simbólica que se incorporou à história do estádio: após a final de 1951, o setor das arquibancadas à direita das cabines de rádio e televisão virou território cativo da torcida cruz-maltina.
Campeões do Torneio de Paris, campeonato com valor mundial - 1957
Em 14 de junho de 1957, a equipe de São Januário voltou a abrir novos caminhos e levantou a taça da primeira edição do Torneio de Paris, tendo o valor de mundial de clubes em suas três primeiras edições (1957, 1958 e 1959). Na final, vitória de virada por 4 a 3 sobre o Real Madrid – campeão europeu, na época –, em partida disputada no estádio Parc des Princes, na capital francesa.
A estréia do Vasco foi o cartão de visitas para o anfitrião Racing Club, que promoveu a competição para comemorar seus 25 anos. Jornais da época noticiaram os aplausos dos franceses, que não esconderam a surpresa pela vitória por 3 a 1 do time brasileiro, com gols de Livinho, Pinga e Vavá. Atualmente, o Racing, terceiro colocado no Torneio de Paris de 1957, disputa apenas competições amadoras. Sob o comando de Vavá, o time onde brilhavam também Sabará, Pinga, Válter Marciano e Livinho se preparou para enfrentar o Real Madrid, que tinha o craque argentino Di Stefano no meio-campo e era atual tricampeão europeu da época.
Os gols foram marcados por Válter, Vavá, Livinho e Sabará. Di Stefano, Mateos e Kopa fizeram para o Real. “Campeão o Vasco em Paris!” foi a manchete do jornal O Globo, em 15 de junho de 1957. Na época, a imprensa ainda usava termos como “goal” (gol), guarda-valas (goleiro) e “match” (jogo), mas a crônica da partida descreveu a vitória dos vascaínos como incontestável: “Os brasileiros, desenvolvendo um futebol de grande qualidade, deram em verdade uma lição de domínio da pelota aos espanhóis.”
Bellini e Paulinho, servindo à Seleção, e Coronel, machucado, não viajaram. O zagueiro Brito, que viria a ser tricampeão mundial, em 1970, estreou pelo Vasco no Torneio de Paris, substituindo Viana que, por sua vez, entrara no lugar de Bellini.
Em seguida, na mesma semana, o Vasco conquistou a Taça Teresa Herrera, em Bilbao, na Espanha.,
Pelé veste a camisa do Vasco - 1957
Se o mundo teria ou não conhecido Pelé, caso o Vasco se fechasse aos negros, nunca será possível saber. Em 1957, o Rei Pelé jogou pelo Vasco, enquanto o time principal excursionava pela Europa. Isso aconteceu no Torneio do Morumbi, com partidas realizadas no Maracanã. Flamengo, Belenenses (POR) e Dínamo (IUG) participaram da competição. O esquadrão que se vê na imagem é um combinado entre o clube de São Januário e o Santos, onde um menino de 16 anos despontava com rara habilidade. O Vasco cedeu Paulinho e Bellini, que não viajaram porque disputariam a Copa Roca pela Seleção Brasileira, contra a Argentina; e Wagner, Iedo, Artoff e Valdemar, reservas cortados da excursão. A goleada de 6 a 1 sobre o Belenenses foi apenas um dos muitos pontos altos daquela união entre vascaínos e santistas: foram três jogos no Rio e um, em São Paulo, desta vez, com a camisa do Santos. Com a cruz de malta no peito, o futuro Rei do Futebol fez cinco gols, sendo um deles no empate em 1 a 1 com o Flamengo. Pelé ainda deixou mais um, contra o São Paulo, no Morumbi. A cobertura da imprensa enalteceu as atuações do craque. Em alguns textos da época, alguns jornalistas chegaram a falar no “nascimento do futuro craque da Seleção”. E não deu outra: o técnico Sílvio Pirillo decidiu convocá-lo para a disputa da Copa Roca, contra a Argentina, no Maracana, no dia 7 de julho de 1957.
Super-super campeão - 1958
A década de 1950 foi uma das mais vitoriosas da história do Vasco. Campeão carioca em quatro oportunidades, 1950, 1952, 1956 e 1958, mais do que qualquer outro clube. O campeonato de 1958, em especial, é considerado o mais emocionante da história, pois para decidir o título foram necessários dois triangulares extras entre Vasco, Flamengo e Botafogo, que foram chamados respectivamente de supercampeonato e super-supercampeonato. Na decisão do super-super, o Vasco empatou com o rival em 1 a 1, resultado que bastava para garantir a conquista.
Esse título sem precedentes no futebol carioca coroou um ano realmente de ouro, pois o Vasco já havia sido campeão do Torneio Rio-São Paulo e fornecido seus craques Bellini, Orlando e Vavá para a equipe titular da seleção brasileira que pela primeira vez conquistou a Copa do Mundo, na Suécia.
Recorde do Vasco: Hexadecacampeonato de remo - 1959
A partir de 1944 o Vasco não parou mais de triunfar no remo. Até 1959 essa história não mudou, e esse feito é um recorde até hoje. De seu décimo terceiro título até o vigésimo oitavo, o Gigante da Colina conquistou competições do remo em cima do Flamengo.
Garrincha joga no Vasco - 1967
O melhor ponta-direita do mundo também já jogou no Vasco. Em 1967 Mané Garrincha vestiu a camisa cruzmaltina. Disputou apenas uma partida contra a seleção da cidade de Cordeiro (RJ). O jogador deixou sua marca nesse jogo, marcando um gol de falta para os vascaínos, mesmo jogando no sacrifício. O placar final do jogo foi 6 a 1 para o Vasco.
Dinamite estréia nos profissionais e faz seu primeiro gol - 1971
Pelo Campeonato Brasileiro, o Vasco vencia o Internacional por 1 x 0. O técnico cruzmaltino, Admildo Chirol, decide sacar Gílson Nunes para a entrada do jovem Roberto, de 17 anos. Na primeira bola que recebe, Roberto, recém-promovido dos juvenis, passa por quatro marcadores e faz um golaço, fechando o caixão do adversário naquela ocasião. No dia seguinte, o “Jornal dos Sports” estampava na manchete: “Garoto-Dinamite explodiu”.
Vasco é o primeiro clube carioca que se sagra campeão brasileiro - 1974
Com um público de 112.933 pessoas no Maracanã o Vasco foi o primeiro time carioca a ser campeão brasileiro. No dia primeiro de agosto de 1974, o Gigante da Colina bateu o Cruzeiro dos craques Nelinho e Piazza por 2 a 1. Gols de Ademir e Jorginho Carvoeiro.
Nessa partida histórica o grupo cruzmaltino contava com: Andrada, Fidelis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luis Carlos. O técnico era Mário Travaglini.
Romário nos profissionais - 1985
No ano de 1985, Romário estreou pelo Vasco da Gama como jogador profissional. Formado nas categorias de base do clube, o baixinho tinha faro de gol e no time principal passou a formar uma dupla de ataque fatal com Roberto Dinamite. Nos anos de 86 e 87 os dois estiveram presentes na lista de artilheiros.
Vasco é Bicampeão Brasileiro - 1989
Em 1989 o Vasco tornou-se bicampeão brasileiro com uma vitória diante do São Paulo, por 1 a 0. Através de uma cabeçada do atacante Sorato, o Gigante da Colina levou o caneco em pleno Morumbi.
Gigante da Colina é tricampeão brasileiro; Edmundo bate recordes - 1997
Em 1997 o Vasco alcança o tricampeonato brasileiro. O time dirigido por Antônio Lopes não possuía favoritismo mas ao longo do campeonato foi mostrando que suas peças importantes iriam fazer a diferença.
Mauro Galvão, Odvan, Felipe, Juninho e Ramon foram atletas fundamentais para uma espinha dorsal que formava o Gigante da Colina. Além, claro, da dupla de ataque infernal, formada por Evair e Edmundo.
O segundo agregou ainda mais valor a esse título, pois nessa temporada o mesmo fez com que Vasco tivesse o maior artilheiro de todos os tempos de campeonatos brasileiros. Edmundo marcou 29 gols, superando a marca história de Reinaldo, que havia marcado 28 gols em 1978. Além disso o craque ainda quebrou outro recorde. Foi o jogador que mais marcou gols numa só partida. Balançou as redes seis vezes, na partida que os cruzmaltinos venceram o União São João de Araras por 6 a 0.
Ano de glórias no Centenário do clube - 1998
Em 1998 o Vasco com certeza celebrou muito bem o ano de seu centenário. O título mais empolgante nessa temporada cheia de vitórias seguramente foi o da Libertadores. Liderado pelos atacantes Donizete e Luizão, o time da Colina assegurou o caneco numa final em Guayaquil, contra o Barcelona do Equador. Com um placar de 2 a 1, o Gigante conquistou o torneio sul-americano no dia 26 de agosto daquele ano.
O time que completava 100 anos não parava por ai. Foi campeão estadual, levando a Taça Guanabara e a Taça Rio, o que eliminou a necessidade de um jogo final para decidir o campeão do estado. E ainda faturou o Campeonato sul-americano de basquete masculino. Vale lembrar que a equipe que possuía Rogério, Charles Byrd e Helinho entre outros, foi a primeira carioca a conquistar um título internacional.
A virada do século e ano vascaíno - 2000
Em 2000 o Vasco viveu uma temporada de muitas glórias. A lista é extensa e valiosa: a virada do século na Mercosul que deu a origem a um dos maiores títulos do Vasco; "chocolate" em cima do Flamengo por 5 a 1 na final da Taça Guanabara; tetracampeonato brasileiro numa final eletrizante com o São Caetano (SP); mais de 90 atletas vascaínos nas Olímpiadas de Sydney; disputa do 1º Mundial FIFA e conquista do Campeonato Brasileiro de Futsal, com um time formado pelo craque Manoel Tobias e outras estrelas.
De todas essas conquistas vascaínas, talvez uma tenha peso e importância ímpares na história do clube: a da Copa Mercosul.
No dia 20 de dezembro, em um dia onde tudo parecia dar errado para o Gigante da Colina e depois de sair derrotado pelo Palmeiras por 3 a 0 no primeiro tempo do terceiro jogo da final no Parque Antártica , os vascaínos vieram focados somente na recuperação após o intervalo. O time que acabara de receber Joel Santana como técnico (o então técnico Oswaldo de Oliveira deixou o Clube nas vésperas da decisão), buscou forças quando tudo parecia definido. Quatro gols foram feitos em pouco mais de 45 minutos. Jogadores como Romário, Juninho Paulista e Viola foram os maestros de uma das viradas mais emocionantes da história do futebol. E um placar final de 4 a 3 e com muita vibração por parte dos cruzmaltinos concedeu o título da Mercosul de 2000 para o time da cruz de malta.
Jogadora revelada no Vasco é eleita a melhor do mundo - 2006
Em 2006 inicia uma saga no futebol feminino do Brasil. Marta, jogadora revelada pelo Vasco, é eleita a melhor do mundo pela FIFA. A partir dai a magnífica jogadora não parou mais. O feito se repetiu em 2007-08-09-10.
Milésimo gol de Romário - 2007
Em 2007, outro fato marcante na história do futebol mundial ocorre em São Januário. Romário marca o milésimo gol na sua carreira. O baixinho que era gigante na grande área decidiu encerrar a sua carreira no clube que o revelou, além de escolher o clube da Colina para ser o time onde ia marcar o tento de número 1000 na sua trajetória. A meta foi batida contra a equipe do Sport, em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 20 de maio. Às 19h17 e com o estádio lotado, o jogador de 41 anos partiu para a cobrança com a frieza de sempre. E como já era de costume, colocou a bola longe do alcance de Magrão, que pulou para o lado direito, em direção oposta ao do chute.
A maioria dos gols do camisa 11 saiu pelo time cruzmaltino. Foram 324 vezes que Romário balançou a rede adversária atuando pelo Gigante da Colina.
O placar de 3 a 1 para o Vasco era muito menos importante do que em outras partidas. Praticamente um fator secundário. No final das contas a festa de Romário e dos vascaínos foi o que predominou. E mais uma história do futebol era escrita na Colina histórica.
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Mais uma vez pioneiro, 1° Campeão Mundial de Beach Soccer - 2011
No dia 26 de março, o Vasco fez história mais uma vez. Ao bater o Sporting, de Portugal, por 4 a 2, na manhã ensolara daquele sábado, o Gigante da Colina conquistou o I Mundialito de Clubes de Beach Soccer, em São Paulo, e passou a ser o primeiro campeão mundial da modalidade. De quebra, o uruguaio Pampero, que integrou a equipe vascaína, foi eleito o 'Melhor Jogador' do campeonato. Além de Jorginho e Betinho, integrantes da seleção brasileira que brilharam em campo, Júnior Negão, Campeão Mundial com a Amarelinha, diversas vezes, foi peça fundamental, atuando, agora, como coordenador do Beach Soccer do Club de Regatas Vasco da Gama.
Copa do Brasil chega e acaba o jejum - 2011
Foi sofrido, mas depois de uma espera de dez anos sem um título nacional, o Vasco conquista de forma inédita a Copa do Brasil, em duas partidas, entre as mais emocionantes de toda a história do torneio e retorna triunfalmente à Libertadores. Na casa do adversário, em um Couto Pereira lotado, os comandados de Ricardo Gomes foram valentes, seguraram a inferioridade numérica de apenas um gol no placar, contra o Coritiba (3 a 2), após ter vencido em São Januário (1 a 0), e garantiram mais uma taça para rica sala de troféus de São Januário. De volta ao Rio, o “trem bala da colina”, como foi carinhosamente apelidado pelos vascaínos e imprensa, foi recebido apoteoticamente nos braços da sua imensa torcida.
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A conquista reiterou a máxima de que o Vasco é mesmo o Time da Virada. Depois de primeiro semestre abaixo das expectativas, que culminou com a perda do Estadual, o Vasco se fez gigante e permitiu que os milhões de vascaínos soltassem o grito de campeão, pelos quatro cantos do Brasil.
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No dia 21 de agosto de 1898, sessenta e dois rapazes, em sua maioria portugueses, reuniram-se em uma sala da Sociedade Dramática Filhos de Talma, no bairro da Saúde, decididos a criar uma associação dedicada à prática do remo. Inspirados nas celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias, os rapazes batizaram a nova agremiação com o nome do heróico português que alcançara tal feito. Nascia, assim, a grandiosa trajetória do Club de Regatas Vasco da Gama.
Primeira Vitória Esportiva 1899
Filiado à União de Regatas, o Vasco estreou em competições oficiais no dia 4 de junho de 1899, na enseada de Botafogo. Apresentando-se com uniforme negro, com faixa diagonal branca e a cruz-de-malta no centro, os remadores vascaínos conseguiram a primeira vitória do clube em uma competição esportiva. Foi justamente no 1º páreo, na categoria júnior, com a baleeira “Volúvel”, conduzida a seis remos.
1º Presidente não branco: Cândido José de Araujo 1904
Em 1904, o Vasco inaugurava sua trajetória de pioneirismo. Pela primeira vez na História dos clubes esportivos do Brasil, um não-branco é eleito presidente. Após as eleições, os vascaínos tiveram a honra, em uma época em que o racismo era prática comum no esporte, de conduzir o mulato Cândido José de Araújo ao degrau mais alto do clube. Candinho, como era carinhosamente chamado, presidiu o Vasco, em seu primeiro mandato, de agosto de 1904 a agosto de 1905. Reeleito, permaneceu no cargo até agosto de 1906. Foi durante seu mandato que o clube conquistou o primeiro campeonato de remo de sua história.
Primeira Conquista do Campeonato de Remo do Rio de Janeiro 1905
Na regata de 24 de setembro de 1905, quando foi inaugurado o Pavilhão da Enseada de Botafogo, construído pela Prefeitura do então Distrito Federal, o Vasco conquistou o seu primeiro campeonato de remo do Rio de Janeiro. O Pavilhão era uma elegante estrutura de ferro, com arquibancadas, tribuna de honra, buffet e dois coretos para bandas de música. Foi um domingo de gala, que contou com a presença de Rodrigues Alves, então presidente da República, e de altos oficiais da Armada Portuguesa, principalmente os da “Canhoneira Pátria”. Diante de platéia tão ilustre, as equipes do Vasco triunfaram em cinco páreos, incluindo os dois mais importantes: o do Campeonato do Rio de Janeiro, com o yole a oito remos “Procelária”, e o dedicado ao benemérito Prefeito Francisco Pereira Passos. No ano seguinte, na regata de 26 de agosto de 1906, o Vasco conquistaria o bicampeonato carioca de remo.
Fundação de clubes de futebol pela colônia portuguesa no Rio 1913
Em 1913, um combinado de clubes de futebol de Lisboa excursionou no Rio, a convite do Botafogo F.C.. A presença da primeira equipe lusitana na cidade despertou o interesse da colônia portuguesa, até então alheia ao futebol. Com isso, outros clubes foram fundados, como o Luzitânia F.C., o Centro Português de Desportos, o Luso S.C. e, mais tarde, de uma cisão no Luzitânia, o Luzitano S.C..
Criação do departamento de futebol 1915
Após remadas de sucesso, o Vasco, por sua grandeza, sentiu necessidade de cravar a bandeira cruzmaltina em outras modalidades esportivas. Por conta desse desejo de expansão, surgiu, então, o interesse em formar um time de futebol. No dia 26 de novembro de 1915, os vascaínos resolveram se fundir ao Luzitânia SC, clube dedicado ao futebol e que, até então, somente admitia portugueses em seus quadros. Após a fusão, o Vasco da Gama filiou-se à Liga Metropolitana para participar da temporada de 1916. Ao dar os seus primeiros passos na Terceira Divisão, o Vasco começava a construir a História de um dos clubes mais importantes do futebol brasileiro. Porém, a estréia nos campos não foi das mais animadoras, com derrota de 10 a 1 para Paladino FC, em 3 de maio de 1916. Adão Antônio Brandão foi o autor do nosso primeiro gol.
Estréia oficial do futebol na 3ª divisão 1916
No dia 29 de outubro de 1916, o Vasco da Gama obteve a sua primeira vitória no futebol. O Gigante da Colina ganhou o River por 2 a 1, no campo do São Cristóvão, pela Terceira Divisão da Liga Metropolitana. Candido Almeida e Alberto Costa Júnior foram os autores dos gols vascaínos.
Primeiro título no futebol
Em 1922, o Vasco, já na Série B da primeira divisão da Liga Metropolitana, sagrou-se campeão e conquistou o direito de disputar a promoção à Série A numa partida extra contra o último colocado da Série A, o São Cristóvão. O resultado de 0 a 0 garantiu ao Vasco a participação na elite do futebol carioca no ano seguinte.
Os camisas negras - 1923
O lugar que o Vasco da Gama ocupa na elite do futebol brasileiro tem a marca gloriosa do time conhecido como os camisas negras que, em 1923, com uma campanha arrasadora (11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota), conquistou o primeiro titulo de campeão carioca de sua História. Com o uniforme preto – ainda sem a faixa diagonal – de gola branca e com uma cruz vermelha, semelhante à da Ordem de Cristo, no lado esquerdo do peito, Nélson, Leitão e Mingote; Nicolino, Claudionor e Artur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito foram os 11 vascaínos abusados, alguns deles negros e mulatos, que quebraram definitivamente a hegemonia de América, Fluminense, Botafogo e Flamengo, clubes nos quais atuavam somente jogadores brancos. Esses pioneiros deixaram claro, com a conquista do Carioca daquele ano, que o Vasco chegava não apenas para se transformar em um dos gigantes do esporte nacional, mas, sobretudo, para romper preconceitos e ajudar o futebol a ganhar dimensão nacional. Até a ascensão do Vasco havia, no Rio, uma linha divisória que separava os grandes clubes da Zona Sul – Fluminense, Botafogo e Flamengo – das pequenas agremiações que se espalhavam pelos subúrbios da cidade. O máximo que os grandes permitiam à Zona Norte, até aquele momento, era ter o América em seu convívio, como o representante da elite tijucana. As grandes partidas se realizavam no ambiente refinado, de maneirismos ingleses, estádio do Fluminense Football Club, em Laranjeiras, diante de platéias que exibiam chapéus, bengalas e vestidos longos.
Mas, no outro lado da cidade, nos campos suburbanos, o Vasco iniciava sua arrancada. Em apenas seis anos os vascaínos deixaram os degraus inferiores e chegaram à Primeira Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), prontos para disputar e ganhar o campeonato de 1923. A explicação desse rápido sucesso estava nos negros, mulatos e brancos, pobres e bons de bola, que o Vasco havia recrutado nos campos de subúrbio, numa época em que o futebol era oficialmente amador. Para mantê-los no time, comerciantes portugueses os registraram como empregados em seus estabelecimentos. Era a maneira de burlar a exigência do amadorismo, que estava com os dias contados. Registros comprovam que o pagamento a jogadores já era prática corrente em 1915. Junto com as vitórias sobre os pequenos e os representantes da elite (Fluminense, Flamengo, Botafogo e América, vencidos em série) surgiu o apelido de camisas negras, dado pela imprensa àquele time da Zona Norte, que ia adquirindo fama de imbatível. A equipe tinha como técnico o uruguaio Ramón Platero, que chegara ao Rio com a novidade da preparação física. Na campanha irresistível dos camisas negras, o 8 de julho de 1923 viria a se tornar uma data histórica. Nesse dia, o Vasco entrou no campo de Laranjeiras para enfrentar o Flamengo, na terceira rodada do returno. Derrotados anteriormente pelos vascaínos, Fluminense, Botafogo e América uniram suas torcidas à flamenguista. Todos contra um, era a hora da revanche. A partida foi disputadíssima. O Flamengo vencia por 3 a 2, quando nos minutos finais o ponta-direita Paschoal marcou o que seria o gol de empate. Mas o juiz Carlito Rocha, que mais tarde seria presidente do Botafogo, anulou o gol, que para muitos foi legítimo. A derrota não impediu que o Vasco levasse a taça de campeão, com vitória de 3 a 2 sobre o São Cristóvão, depois de estar perdendo por dois gols. Como era de hábito no time comandado por Ramón Platero, a virada aconteceu no segundo tempo. O medo de que os camisas negras repetissem a façanha no ano seguinte levou os grandes clubes a abandonar a Liga Metropolitana, em 1924. Fluminense, Botafogo e Flamengo, com apoio do Bangu e do São Cristóvão, criaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Os estatutos da entidade continham cláusulas absurdas, nas quais ficava evidente a falsa nobreza do alegado espírito amador. O impedimento à inscrição de jogadores sem profissão definida e analfabetos tinha como alvo a vitoriosa equipe do Vasco, que reunia negros e pobres. Assim como o veto ao ingresso na AMEA de clubes que não tivessem estádios.
A resposta histórica - 1924
Enquanto na política o país era liderado pelo presidente Arthur Bernardes, no futebol a equipe vascaína vencia quase todas as partidas que disputava e também as competições. Depois de atropelar os adversários no ano anterior, em 1924 o Vasco já era o inimigo número 1 das demais torcidas cariocas. Um rival a ser batido, de qualquer maneira. E já que era difícil batê-lo em campo, os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as atividades profissionais e sociais dos camisas negras, uma vez que o futebol ainda era amador e os jogadores não podiam receber salário por praticarem o esporte. Um verdadeiro golpe para tirar o Vasco das disputas.
Na verdade, o que não agradava os adversários era a origem daqueles jogadores: um time formado por negros, mulatos e operários, arrebanhados nas áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro.
Depois de esgotadas todas as possibilidades de retirar o Vasco da disputa, por intermédio do regulamento da Liga Metropolitana, os adversários apelaram para a criação de uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (AMEA) e recusaram a inscrição dos vascaínos. Segundo os dirigentes adversários, o time cruzmaltino era formado por atletas de profissão duvidosa e o clube não contava com um estádio em boas condições.
Nesse contexto, a AMEA solicitou ao Vasco que excluísse doze de seus jogadores da competição que, não por coincidência, eram todos negros e operários. O Club de Regatas Vasco da Gama recusou a proposta prontamente. E através de uma carta histórica de José Augusto Prestes, então presidente cruzmaltino, o Gigante da Colina mostrou sua total indignação à discriminação racial: "Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923 (...) Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da AMEA". Vítima do racismo de seus adversários, restou ao Vasco disputar, com outros times de menor expressão, o campeonato da abandonada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres.
Nesse dia histórico, o futebol brasileiro começou a ser do povo. Começou a forjar a tolerância, traço fundamental da cultura brasileira, que possibilitou a diversidade e a riqueza racial e cultural que vivenciamos hoje. No ano de 1923 começou a ser possível conhecermos Pelé, Garrincha, Didi, Barbosa, Romário e tantos e tantos outros talentos inigualáveis do nosso esporte. E o Vasco deu o seu mais importante passo para ser o gigante no qual ele se tornou.
O ingresso do Vasco na AMEA foi aprovado em tempo para o campeonato de 1925, com os mesmos direitos que os clubes fundadores. Os “camisas negras” obtiveram a terceira colocação na volta ao convívio com os principais clubes do Rio de Janeiro, em 1925, e conquistaram o vice-campeonato no ano seguinte.
Inauguração de São Januário, o maior estádio da América do Sul - 1927
Inaugurado no dia 21 de abril de 1927, sua construção foi a resposta que os grandes clubes da época receberam, ao tentarem barrar a ascensão do time de negros e brancos pobres que, com o campeonato de 1923, havia conquistado o direito de figurar na elite do futebol carioca. A alegação de que o Vasco não tinha campo para receber seus adversários se desfez, quando o presidente Washington Luiz e sua comitiva viram-se diante do então maior estádio da América do Sul. Os vascaínos tinham se mobilizado em memorável campanha para arrecadar contribuições que possibilitaram erguer, em menos de 12 meses, um colosso. O estádio recebeu o nome oficial de Vasco da Gama, logo substituído por São Januário, devido à proximidade do estádio com a rua de mesmo nome.
Torcedores do Vasco tiveram papel fundamental na construção da casa de todos os vascaínos, uma vez que a aquisição da área onde foi construído São Januário foi possível graças a doação de torcedores e sócios apaixonados.
Esse grande marco teve como festa de inauguração um belo amistosos entre Vasco e Santos. O time vascaíno saiu derrotado por 5 a 3, o que pouco importava, já que o placar final foi apenas coadjuvante do espetáculo. O fundamental era que o maior e melhor estádio do Brasil, até 1940, havia nascido para o futebol. Além das grandes comemorações das principais conquistas do clube, São Januário foi foi palco de grandes festas cívicas. Também foi da tribuna do estádio que o presidente Getulio Vargas assinou, em 1943, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
O Vasco é o 1º Campeão Sul-americano - 1948
No dia 14 de março de 1948, o torcedor vascaíno pode dizer: no futebol brasileiro, não há nada que se compare ao Vasco. Nem time de clube nem time de Seleção. Porque neste dia o Vasco realizava um feito inédito: o incrível Expresso da Vitória trazia de Santiago do Chile o primeiro título internacional conquistado pelo futebol brasileiro no exterior. A equipe que contava com Augusto, Barbosa, Rafagnelli, Danilo, Jorge, Eli, Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico, era quase que imbatível. O Vasco tornava-se campeão dos campeões sul-americanos, competição que, anos mais tarde, seria chamada de Taça Libertadores de América. E isso seria pouco, se o principal adversário não fosse o River Plate - o time argentino que o mundo chamava de La Máquina. Um time que era considerado imbatível, porque tinha um ataque de gênios – formado por Alfredo Di Stéfano, Labruna e Lostau. Ao som do hino nacional brasileiro, o presidente chileno Gonzalez Videla entregou o caneco aos vascaínos, sob os aplausos do público que lotara o Estádio Nacional de Santiago. Os chilenos, que de início haviam torcido para o River, reconheceram a superioridade do Expresso da Vitória.
Expresso da Vitória - Campeão Carioca e recorde de gols - 1949
Em 1949, o Vasco seria mais uma vez campeão invicto, com outra campanha impecável e arrasadora. O Expresso da Vitória marcou 84 gols em 20 jogos, um recorde do campeonato carioca que perdura até os dias de hoje. Dono de campanha tão invejável, o Vasco seria mais uma vez campeão invicto.
O Vasco é base da Seleção Brasileira na Copa do Mundo - 1950
A base convocada para representar o Brasil na Copa do Mundo era do poderoso "Expresso da Vitória". O goleiro Barbosa, o zagueiro Augusto, os médios Eli e Danilo, além dos eficientes atacantes, Alfredo II, Maneca, Ademir e Chico, formavam a base do grupo dirigido por Flavio Costa, também técnico do Vasco. Para afirmar ainda mais a marca do Gigante da Colina na seleção, até o massagista Mário Américo pertencia ao clube. Ao final do torneio, em que o Brasil conquistou a segunda posição, o cruzmaltino Ademir Menezes sagrou-se artilheiro da Copa, com nove gols.
Nessa mesma época, logo após o encerramento da Copa do Mundo, o Campeonato Carioca se iniciou. O Vasco ganhou a competição, sagrando-se, assim, bicampeão carioca. E mais uma vez fez História, ao ser o primeiro campeão carioca da Era Maracanã, maior estádio do mundo à época. A partida contra o América teve público de 121.765 presentes ao Maracanã, então recorde em jogos regionais. Logo aos 4 minutos iniciais, as arquibancadas vibraram com o gol de Ademir Menezes, que encobriu, com uma virada, o goleiro Osni, irmão do zagueiro Eli, do Vasco. Mas o primeiro tempo terminou empatado, com gol marcado pelo americano Maneco. No segundo tempo, Ademir partiu do meio-campo, em uma das suas célebres arrancadas, chegou cara a cara com Osni. Gol da vitória. O estádio, em peso, homenageou o artilheiro cantando a paródia – criada ali mesmo pela torcida do Vasco – de uma marchinha carnavalesca que fazia sucesso, na época:
“Oi zum, zum, zum, zum, zum, zum! Vasco dois a um. Ademir pegou a bola e desapareceu. Foi mais um campeonato que o Vasco venceu.”
O título de primeiro campeão do Maracanã acrescentou mais um motivo à alegria de ser vascaíno, deixando uma marca simbólica que se incorporou à história do estádio: após a final de 1951, o setor das arquibancadas à direita das cabines de rádio e televisão virou território cativo da torcida cruz-maltina.
Campeões do Torneio de Paris, campeonato com valor mundial - 1957
Em 14 de junho de 1957, a equipe de São Januário voltou a abrir novos caminhos e levantou a taça da primeira edição do Torneio de Paris, tendo o valor de mundial de clubes em suas três primeiras edições (1957, 1958 e 1959). Na final, vitória de virada por 4 a 3 sobre o Real Madrid – campeão europeu, na época –, em partida disputada no estádio Parc des Princes, na capital francesa.
A estréia do Vasco foi o cartão de visitas para o anfitrião Racing Club, que promoveu a competição para comemorar seus 25 anos. Jornais da época noticiaram os aplausos dos franceses, que não esconderam a surpresa pela vitória por 3 a 1 do time brasileiro, com gols de Livinho, Pinga e Vavá. Atualmente, o Racing, terceiro colocado no Torneio de Paris de 1957, disputa apenas competições amadoras. Sob o comando de Vavá, o time onde brilhavam também Sabará, Pinga, Válter Marciano e Livinho se preparou para enfrentar o Real Madrid, que tinha o craque argentino Di Stefano no meio-campo e era atual tricampeão europeu da época.
Os gols foram marcados por Válter, Vavá, Livinho e Sabará. Di Stefano, Mateos e Kopa fizeram para o Real. “Campeão o Vasco em Paris!” foi a manchete do jornal O Globo, em 15 de junho de 1957. Na época, a imprensa ainda usava termos como “goal” (gol), guarda-valas (goleiro) e “match” (jogo), mas a crônica da partida descreveu a vitória dos vascaínos como incontestável: “Os brasileiros, desenvolvendo um futebol de grande qualidade, deram em verdade uma lição de domínio da pelota aos espanhóis.”
Bellini e Paulinho, servindo à Seleção, e Coronel, machucado, não viajaram. O zagueiro Brito, que viria a ser tricampeão mundial, em 1970, estreou pelo Vasco no Torneio de Paris, substituindo Viana que, por sua vez, entrara no lugar de Bellini.
Em seguida, na mesma semana, o Vasco conquistou a Taça Teresa Herrera, em Bilbao, na Espanha.,
Pelé veste a camisa do Vasco - 1957
Se o mundo teria ou não conhecido Pelé, caso o Vasco se fechasse aos negros, nunca será possível saber. Em 1957, o Rei Pelé jogou pelo Vasco, enquanto o time principal excursionava pela Europa. Isso aconteceu no Torneio do Morumbi, com partidas realizadas no Maracanã. Flamengo, Belenenses (POR) e Dínamo (IUG) participaram da competição. O esquadrão que se vê na imagem é um combinado entre o clube de São Januário e o Santos, onde um menino de 16 anos despontava com rara habilidade. O Vasco cedeu Paulinho e Bellini, que não viajaram porque disputariam a Copa Roca pela Seleção Brasileira, contra a Argentina; e Wagner, Iedo, Artoff e Valdemar, reservas cortados da excursão. A goleada de 6 a 1 sobre o Belenenses foi apenas um dos muitos pontos altos daquela união entre vascaínos e santistas: foram três jogos no Rio e um, em São Paulo, desta vez, com a camisa do Santos. Com a cruz de malta no peito, o futuro Rei do Futebol fez cinco gols, sendo um deles no empate em 1 a 1 com o Flamengo. Pelé ainda deixou mais um, contra o São Paulo, no Morumbi. A cobertura da imprensa enalteceu as atuações do craque. Em alguns textos da época, alguns jornalistas chegaram a falar no “nascimento do futuro craque da Seleção”. E não deu outra: o técnico Sílvio Pirillo decidiu convocá-lo para a disputa da Copa Roca, contra a Argentina, no Maracana, no dia 7 de julho de 1957.
Super-super campeão - 1958
A década de 1950 foi uma das mais vitoriosas da história do Vasco. Campeão carioca em quatro oportunidades, 1950, 1952, 1956 e 1958, mais do que qualquer outro clube. O campeonato de 1958, em especial, é considerado o mais emocionante da história, pois para decidir o título foram necessários dois triangulares extras entre Vasco, Flamengo e Botafogo, que foram chamados respectivamente de supercampeonato e super-supercampeonato. Na decisão do super-super, o Vasco empatou com o rival em 1 a 1, resultado que bastava para garantir a conquista.
Esse título sem precedentes no futebol carioca coroou um ano realmente de ouro, pois o Vasco já havia sido campeão do Torneio Rio-São Paulo e fornecido seus craques Bellini, Orlando e Vavá para a equipe titular da seleção brasileira que pela primeira vez conquistou a Copa do Mundo, na Suécia.
Recorde do Vasco: Hexadecacampeonato de remo - 1959
A partir de 1944 o Vasco não parou mais de triunfar no remo. Até 1959 essa história não mudou, e esse feito é um recorde até hoje. De seu décimo terceiro título até o vigésimo oitavo, o Gigante da Colina conquistou competições do remo em cima do Flamengo.
Garrincha joga no Vasco - 1967
O melhor ponta-direita do mundo também já jogou no Vasco. Em 1967 Mané Garrincha vestiu a camisa cruzmaltina. Disputou apenas uma partida contra a seleção da cidade de Cordeiro (RJ). O jogador deixou sua marca nesse jogo, marcando um gol de falta para os vascaínos, mesmo jogando no sacrifício. O placar final do jogo foi 6 a 1 para o Vasco.
Dinamite estréia nos profissionais e faz seu primeiro gol - 1971
Pelo Campeonato Brasileiro, o Vasco vencia o Internacional por 1 x 0. O técnico cruzmaltino, Admildo Chirol, decide sacar Gílson Nunes para a entrada do jovem Roberto, de 17 anos. Na primeira bola que recebe, Roberto, recém-promovido dos juvenis, passa por quatro marcadores e faz um golaço, fechando o caixão do adversário naquela ocasião. No dia seguinte, o “Jornal dos Sports” estampava na manchete: “Garoto-Dinamite explodiu”.
Vasco é o primeiro clube carioca que se sagra campeão brasileiro - 1974
Com um público de 112.933 pessoas no Maracanã o Vasco foi o primeiro time carioca a ser campeão brasileiro. No dia primeiro de agosto de 1974, o Gigante da Colina bateu o Cruzeiro dos craques Nelinho e Piazza por 2 a 1. Gols de Ademir e Jorginho Carvoeiro.
Nessa partida histórica o grupo cruzmaltino contava com: Andrada, Fidelis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luis Carlos. O técnico era Mário Travaglini.
Romário nos profissionais - 1985
No ano de 1985, Romário estreou pelo Vasco da Gama como jogador profissional. Formado nas categorias de base do clube, o baixinho tinha faro de gol e no time principal passou a formar uma dupla de ataque fatal com Roberto Dinamite. Nos anos de 86 e 87 os dois estiveram presentes na lista de artilheiros.
Vasco é Bicampeão Brasileiro - 1989
Em 1989 o Vasco tornou-se bicampeão brasileiro com uma vitória diante do São Paulo, por 1 a 0. Através de uma cabeçada do atacante Sorato, o Gigante da Colina levou o caneco em pleno Morumbi.
Gigante da Colina é tricampeão brasileiro; Edmundo bate recordes - 1997
Em 1997 o Vasco alcança o tricampeonato brasileiro. O time dirigido por Antônio Lopes não possuía favoritismo mas ao longo do campeonato foi mostrando que suas peças importantes iriam fazer a diferença.
Mauro Galvão, Odvan, Felipe, Juninho e Ramon foram atletas fundamentais para uma espinha dorsal que formava o Gigante da Colina. Além, claro, da dupla de ataque infernal, formada por Evair e Edmundo.
O segundo agregou ainda mais valor a esse título, pois nessa temporada o mesmo fez com que Vasco tivesse o maior artilheiro de todos os tempos de campeonatos brasileiros. Edmundo marcou 29 gols, superando a marca história de Reinaldo, que havia marcado 28 gols em 1978. Além disso o craque ainda quebrou outro recorde. Foi o jogador que mais marcou gols numa só partida. Balançou as redes seis vezes, na partida que os cruzmaltinos venceram o União São João de Araras por 6 a 0.
Ano de glórias no Centenário do clube - 1998
Em 1998 o Vasco com certeza celebrou muito bem o ano de seu centenário. O título mais empolgante nessa temporada cheia de vitórias seguramente foi o da Libertadores. Liderado pelos atacantes Donizete e Luizão, o time da Colina assegurou o caneco numa final em Guayaquil, contra o Barcelona do Equador. Com um placar de 2 a 1, o Gigante conquistou o torneio sul-americano no dia 26 de agosto daquele ano.
O time que completava 100 anos não parava por ai. Foi campeão estadual, levando a Taça Guanabara e a Taça Rio, o que eliminou a necessidade de um jogo final para decidir o campeão do estado. E ainda faturou o Campeonato sul-americano de basquete masculino. Vale lembrar que a equipe que possuía Rogério, Charles Byrd e Helinho entre outros, foi a primeira carioca a conquistar um título internacional.
A virada do século e ano vascaíno - 2000
Em 2000 o Vasco viveu uma temporada de muitas glórias. A lista é extensa e valiosa: a virada do século na Mercosul que deu a origem a um dos maiores títulos do Vasco; "chocolate" em cima do Flamengo por 5 a 1 na final da Taça Guanabara; tetracampeonato brasileiro numa final eletrizante com o São Caetano (SP); mais de 90 atletas vascaínos nas Olímpiadas de Sydney; disputa do 1º Mundial FIFA e conquista do Campeonato Brasileiro de Futsal, com um time formado pelo craque Manoel Tobias e outras estrelas.
De todas essas conquistas vascaínas, talvez uma tenha peso e importância ímpares na história do clube: a da Copa Mercosul.
No dia 20 de dezembro, em um dia onde tudo parecia dar errado para o Gigante da Colina e depois de sair derrotado pelo Palmeiras por 3 a 0 no primeiro tempo do terceiro jogo da final no Parque Antártica , os vascaínos vieram focados somente na recuperação após o intervalo. O time que acabara de receber Joel Santana como técnico (o então técnico Oswaldo de Oliveira deixou o Clube nas vésperas da decisão), buscou forças quando tudo parecia definido. Quatro gols foram feitos em pouco mais de 45 minutos. Jogadores como Romário, Juninho Paulista e Viola foram os maestros de uma das viradas mais emocionantes da história do futebol. E um placar final de 4 a 3 e com muita vibração por parte dos cruzmaltinos concedeu o título da Mercosul de 2000 para o time da cruz de malta.
Jogadora revelada no Vasco é eleita a melhor do mundo - 2006
Em 2006 inicia uma saga no futebol feminino do Brasil. Marta, jogadora revelada pelo Vasco, é eleita a melhor do mundo pela FIFA. A partir dai a magnífica jogadora não parou mais. O feito se repetiu em 2007-08-09-10.
Milésimo gol de Romário - 2007
Em 2007, outro fato marcante na história do futebol mundial ocorre em São Januário. Romário marca o milésimo gol na sua carreira. O baixinho que era gigante na grande área decidiu encerrar a sua carreira no clube que o revelou, além de escolher o clube da Colina para ser o time onde ia marcar o tento de número 1000 na sua trajetória. A meta foi batida contra a equipe do Sport, em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 20 de maio. Às 19h17 e com o estádio lotado, o jogador de 41 anos partiu para a cobrança com a frieza de sempre. E como já era de costume, colocou a bola longe do alcance de Magrão, que pulou para o lado direito, em direção oposta ao do chute.
A maioria dos gols do camisa 11 saiu pelo time cruzmaltino. Foram 324 vezes que Romário balançou a rede adversária atuando pelo Gigante da Colina.
O placar de 3 a 1 para o Vasco era muito menos importante do que em outras partidas. Praticamente um fator secundário. No final das contas a festa de Romário e dos vascaínos foi o que predominou. E mais uma história do futebol era escrita na Colina histórica.
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Mais uma vez pioneiro, 1° Campeão Mundial de Beach Soccer - 2011
No dia 26 de março, o Vasco fez história mais uma vez. Ao bater o Sporting, de Portugal, por 4 a 2, na manhã ensolara daquele sábado, o Gigante da Colina conquistou o I Mundialito de Clubes de Beach Soccer, em São Paulo, e passou a ser o primeiro campeão mundial da modalidade. De quebra, o uruguaio Pampero, que integrou a equipe vascaína, foi eleito o 'Melhor Jogador' do campeonato. Além de Jorginho e Betinho, integrantes da seleção brasileira que brilharam em campo, Júnior Negão, Campeão Mundial com a Amarelinha, diversas vezes, foi peça fundamental, atuando, agora, como coordenador do Beach Soccer do Club de Regatas Vasco da Gama.
Copa do Brasil chega e acaba o jejum - 2011
Foi sofrido, mas depois de uma espera de dez anos sem um título nacional, o Vasco conquista de forma inédita a Copa do Brasil, em duas partidas, entre as mais emocionantes de toda a história do torneio e retorna triunfalmente à Libertadores. Na casa do adversário, em um Couto Pereira lotado, os comandados de Ricardo Gomes foram valentes, seguraram a inferioridade numérica de apenas um gol no placar, contra o Coritiba (3 a 2), após ter vencido em São Januário (1 a 0), e garantiram mais uma taça para rica sala de troféus de São Januário. De volta ao Rio, o “trem bala da colina”, como foi carinhosamente apelidado pelos vascaínos e imprensa, foi recebido apoteoticamente nos braços da sua imensa torcida.
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A conquista reiterou a máxima de que o Vasco é mesmo o Time da Virada. Depois de primeiro semestre abaixo das expectativas, que culminou com a perda do Estadual, o Vasco se fez gigante e permitiu que os milhões de vascaínos soltassem o grito de campeão, pelos quatro cantos do Brasil.
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